Pessach fica em nossas memórias como uma Festa onde praticamente tudo o que gostamos de comer durante o ano é proibido. As leis que regem nosso comportamento alimentar (a Kashrut), durante os sete dias especificam que devemos nos abster de ingerir todo e qualquer alimento que seja chametz. Mas o que é o chametz?

Chametz é qualquer alimento que contenha como ingredientes os grãos de trigo, centeio, cevada, aveia ou espelta, que passaram pelo processo de fermentação quando entraram em contato com a água. Em outras palavras, qualquer tipo de pão, biscoito, bolo, massa, cerveja, whisky, vodka, licores, etc, estão proibidos, mesmo em pequenas quantidades. Tal proibição não se restringe apenas a ingestão, mas também a posse de tais alimentos.

A fim de não sofrerem danos e prejuízos ao perderem uma quantidade significativa de produtos que são considerados chametz, os rabinos do judaísmo tradicional formularam um contrato de venda do chametz, no qual todo produto que seja chametz é formalmente “vendido” para um não judeu durante Pessach. Mas, depois de passado os dias de proibição, este não judeu deve “vender” de volta os produtos ao seu dono judeu, uma vez que no judaísmo tradicional se entende que um não judeu não está obrigado ao cumprimento destas leis. Entretanto, para que cumpramos esta regra da Torá de forma ética, vale a conscientização e o bom senso. Diminuir um pouco antes da festa a aquisição de produtos proibidos durante o Pessach nos ajuda a conseguir consumir e eliminar o chametz de forma justa e verdadeira, sem transgredir a Torá.

Qualquer alimento industrializado feito dos 5 grãos (trigo, centeio, cevada, aveia ou espelta) durante os 7 dias de Pessach deve passar por rigorosa supervisão para que sejam permitidos durante essa semana. Não há proibição em fazer biscoitos e bolos durante a semana de Pessach. Mas tudo deve ser feito com o maior cuidado para que a massa não seja fermentada durante o processo. Consulte um rabino para isso.

A Matzá é o alimento básico durante Pessach. A Matzá é uma espécie de bolacha não fermentada, preparada a base de água e farinha de trigo. O processo de fabricação é cuidadosamente controlado e o tempo total de preparo não excede 18 minutos, a fim de garantir que não tenha indício de fermentação. As perfurações feitas na Matzá antes de ser colocada no forno impedem a formação de bolhas de ar e o crescimento da massa. Depois de assada, esta não corre mais o perigo da fermentação, podendo, portanto, ser consumida sob qualquer forma. Atualmente é mais comum encontrar Matzá industrializada, mas é perfeitamente permitido fazer suas matzot durante o 7 dias, desde que se tenha o cuidado devido quanto a proibição do chametz.

A Matzá tem um significado ainda maior. Além de revivermos aqueles momentos tão importantes para o nosso povo, ela conscientiza-nos a respeito da miséria. A Torá se refere a ela como “lechem oni”, o pão da aflição, ou o pão da pobreza. Lembramos o passado, como éramos escravos e como somos hoje, e assumindo um compromisso para com a sociedade de esforçar-nos em dissipar a pobreza, a angústia e a fome.
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